7.52
Aftersun

Aftersun

Título original
Aftersun
Ano
2022
Gênero
Drama
Diretor
Charlotte Wells
País
Inglaterra , Estados Unidos , Turquia
Detalhes
101 minutos / colorido / som

Onde assistir?

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Sophie reflete sobre a alegria compartilhada e a melancolia de um feriado que passou com seu pai vinte anos atrás, quando ainda era criança, viajando para a Turquia. Memórias reais e imaginárias preenchem as lacunas enquanto ela tenta reconciliar o pai que conviveu com as verdades sobre o homem que não conhecia totalmente.

Enviado por CTaxiDriver

Trailer


Excelente Filme. Rivaliza com "TAR" para melhor filme de 2022.

Em "aftersun" seguimos as lembranças de Sophie "adulta" (Celia Rowlson-Hall) e das suas férias passadas 20 anos antes com seu pai Calum (Paul Mescal), na Turquia, quando Sophie "criança" (Frankie Corio) tinha apenas 11 anos. A narrativa do filme não é convencional, o que vemos são fragmentos de conversas e de situações passadas entre pai e filha. Essas conversas e situações que testemunhamos nunca chegam a qualquer conclusão que, isoladamente, nos permita tirar ilações sobre o que se está de facto a passar. Vamos construindo essas ilações, lentamente, ao longo do filme. Sophie, de 11 anos, está numa idade em que já não se sente bem com outras crianças mas também ainda manifesta estranheza perante o mundo adolescente, ao mesmo tempo que tenta compreender seu pai, o que não se revela fácil, pois o mesmo tem facetas ligadas ao seu passado que o marcam profundamente e, apesar de todo o seu esforço em ser um "bom pai" para Sophie, esta já tem a inteligência e perceção suficientes de que ele esconde algo, algo que ela não percebe é o quê. Nestes fragmentos que nos são apresentados ao longo do filme apercebemo-nos aos poucos do amor profundo entre pai e filha, da latente depressão do pai, incapaz de lidar com traumas do seu passado (há 3 "trechos" no filme que nos mostram claramente isso) e de uma Sophie a tentar compreender o mundo e o seu próprio pai, o que não se revela fácil para ela em nenhuma das situações. O filme apresenta-nos dois momentos musicais absolutamente sublimes: o primeiro, quando Sophie canta sozinha "losing my religion", dos R.E.M., após ter tentado convencer seu pai, sem sucesso, a cantar juntamente com ela naquela espécie de "concurso de karaoke"; o segundo, já na parte final, quando ouvimos "under pressure", na versão Queen/David Bowie, enquanto vemos pai e filha dançando (aqui a situação é contraria à anterior, só após muita insistência do pai é que a filha também dança, quase arrastada por ele). Ao mesmo tempo que isto acontece, temos "flashes" da Sophie adulta também a dançar, mais parecendo que está mais a recordar do propriamente a dançar. Nestas duas cenas, as letras das músicas referidas "aparecem-nos" como se fossem feitas propositadamente para o filme, tal é a comunhão entre o que ouvimos nas músicas e o que vemos (e deduzimos) na película a que estamos a assistir. A segunda cena é particularmente de grande beleza, de um brilhantismo absoluto. No final fica obviamente a questão: foram estas férias a despedida final entre Sophie e Calum? cada um interpretará do seu modo, embora pessoalmente ache que a resposta é bem evidente. Para terminar, destaque para as fantásticas interpretações de Paul Mescal (nomeado para óscar) e da pequena Frankie Corio. Um dos melhores filmes dos últimos anos e deste século. (8.5/10).

Enviado por  António MDFC