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O Anjo Azul

O Anjo Azul

Título original
Der Blaue Engel
Ano
1930
Gênero
Drama , Musical
Diretor
Josef von Sternberg
País
Alemanha
Detalhes
99 minutos / preto & branco / som

Onde assistir?

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Immanuel Rath, um velho solteirão, é professor e descobre que seus alunos vão sempre a um bar, o Anjo Azul, visitar a dançarina Lola. Ele vai ao local para flagrá-los, mas acaba atraído por Lola e passa a visitá-la.

Enviado por melhoresfilmes


Marlene Dietrich dá um show de interpretação.

Com roteiro de Carl Zuckmayer, Heinrich Mann, Karl Vollmöller e Robert Liebmann, baseado no livro “Professor Unrat”, de Heinrich Mann, este clássico do começo do cinema falado alemão é referência obrigatória do expressionismo alemão, um filme de imagens poderosas e detalhes psicológicos complexos. Dirigido por Josef von Sternberg, que revela bem a sua mestria a jogar com luzes e sombras, deu a conhecer a atriz Marlene Dietrich (1901-1992), que aqui tem o seu primeiro grande papel como protagonista, tendo sido catapultada para a fama como estrela internacional (naquele ano ainda não indicavam estrangeiras em papéis estrangeiros ao Oscar, aí Marlene foi indicada pelo seu filme americano ''Marrocos'', do mesmo diretor), além de consagrar Emil Jannings como o maior ator de sua época e solidificar a carreira do diretor Josef von Sternberg. Como curiosidades refira-se que Sternberg decidiu aceitar filmar na Alemanha após uma série de fracassos comerciais nos Estados Unidos e, tal como era comum na época, filmou as versões alemã e inglesa do filme em simultâneo. Os destaques ficam para o perfil psicológico dos personagens e para a atuação sensual e perversamente ingênua de Dietrich. Há diversas considerações a serem feitas sobre o filme. Dentre elas, as características expressionistas encontradas principalmente na cenografia e na fotografia – que abusa do contraste e uso de sombras – a construção dos personagens que sutilmente extrapola os estereótipos do ingênuo solitário e da femme fatale – tanto Lola Lola (nome que acabou virando marca de prostituta em vários filmes até hoje), quanto Rath têm seus desejos, frustrações e orgulho e parece existir, em alguns momentos, uma sincera afinidade entre os dois, sentimento este que não se sustenta, pois Rath a tinha como objeto idealizado de contemplação e a vida ao lado de Lola em nada corresponde aos seus sonhos – a maneira como a degradação de Rath é anunciada pela figura de um palhaço triste do grupo que constantemente encara o professor com olhar melancólico, dentre outras questões. Tecnicamente, o filme permanece até hoje surpreendente. Além da triste fotografia em claro/escuro do mestre Günther Rittau, da direção inspiradíssima de Josef von Sternberg e da grande atuação de Emil Jannings, talvez o maior ator alemão de todos os tempos, e a diva Marlene Dietrich (uma das mais subestimadas grandes atrizes que Hollywood, pouco soube aproveitar), “O Anjo Azul” não apenas se encaixa na lista dos maiores clássicos do cinema, mas também na seleta lista dos filmes que de uma maneira ou de outra contribuíram para o desenvolvimento da indústria cinematográfica como um todo. A criativa utilização do som em “O Anjo Azul” representa um triunfo técnico notável, ainda mais por ter sido feito no começo do cinema falado.

Enviado por  William