6.63
As Baleias de Agosto

As Baleias de Agosto

Título original
The Whales of August
Ano
1987
Gênero
Drama
Diretor
Lindsay Anderson
País
Estados Unidos
Detalhes
90 minutos / colorido / som

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No litoral de Maine, duas irmãs relembram os bons momentos do local onde costumavam passar o verão na infância. O aparecimento de um velho nobre russo e seu relacionamento com Sarah desperta a desconfiança de Libby.

Enviado por melhoresfilmes


Bette Davis e Lilian Gish, ícones do cinema mundial.

Sempre quis falar desse filme, mas quando li a crítica do brasileiro Dilson Gomes, ele disse tudo, vou transcrever sua bela crítica: Há vida depois da morte? Qualquer tentativa de resposta será no mínimo improvável. Baleias de Agosto prova que há vida, muita vida, perto da morte. Quem garante os preceitos dessa tese são as octogenárias irmãs Libby Strong (Bette Davis, então com 79 anos) e Sarah Webber (Lillian Gish, então com 91 anos). O que lhes preserva a vida, antes de tudo, são as recordações, lembranças da mãe, dos maridos e das baleias de agosto. A ranzinza e inflexível Libby pouco se preocupa com reformas na velha casa de verão da ilha do Maine. Irremediavelmente cega e Sarah precisa cuidar dela, esta, dedicada à casa e a Libby, vive ''ocupada, sempre ocupada'' (uma tentativa de manter a vida, ou o que resta dela, em constante movimento). Para ela, uma janela panorâmica na sala daria pouco trabalho e grata a satisfação de ver a paisagem marítima próxima à mesa. Mas a intransigência (ou a cegueira) de Libby não permite qualquer mudança. Até mesmo a visita de Nicolas Maranov (Vicent Prince, 78 anos), um nobre foragido da Rússia czarista, parece incomodar Libby. Para Sarah ele é motivo de festa Vaidade e orgulho emergem nos sentimentos fraternos. A amiga Tisha Doughty (Ann Sothern, 78 anos), prepara seu jogo para conquistar Sarah e provocar a separação das irmãs, movida talvez por ciúme. É agosto, no horizonte elas tentam divisar algum sinal das baleias. Lilian Gish surpreende com sua longevidade cinematográfica (ela começou no cinema em 1912); e Bette Davis, há muito considerada a mais talentosa das atrizes americanas, ainda surpreende; quando atua provoca seu interlocutor e consegue fazer a câmara (e o espectador), compactuar com idéias, sentimentos e ''pequenas maldades'' das suas personagens'', porque ela não ganhou o Oscar aquele ano, não da pra entender. Vincent Prince, conhecido como o ''mestre do macabro'', mostra o lado escondido de sua verdadeira face. Um ator que traz aristocracia na postura e na inflexão da voz. Ann Sothern recebeu a única indicação ao Oscar de sua carreira na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante; uma daquelas grandes atrizes mal aproveitadas; aqui está soberba. Outro veterano ator com mais de 150 filmes no currículo é Harry Carey Jr. retratado um faz-tudo bem humorado e barulhento que entrega suas linhas em um perfeito sotaque do Maine. O roteiro de David Berry, baseado em sua peça homônima, é simples na sua condução, mas rico ao retratar a complexidade dos sentimentos humanos. E revela-se como uma sincera reverência à imperecível capacidade de suas intérpretes.

Enviado por  William